quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Espelho dos Físicos



O Espelho dos Físicos

Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 22/10/2015




False Mirror, René Magritt


  A maioria dos físicos confunde a representação (modelo ex post facto) com o que supostamente tenta representar por limitada analogia. Se o interesse consiste em medir o tempo que a maçã precisa para cair na cabeça de Newton, o físico terá que esboçar uma breve analogia num enquadramento teórico, no qual particularize fundamentalmente os conceitos básicos da situação, tais quais a "massa", a "força" e a "aceleração". Veja que, obviamente, a delimitação teórica do problema estabelece uma profunda cisão entre alguns aspectos referentes à queda da maçã e a queda em seu sentido inteligível, isto é, no que a consciência consegue determinar presencialmente. Isso nada mais é que o espelho dos físicos: a sua própria física para entender a physis.


Para reflexão. "Falso Espelho", do pintor surrealista René Magritt.







Alguns artigos do autor:

O inabitual como susto: de Feyerabend a Charles Richet
O inabitual como susto: o cético pantomima
O montante hipotético-conjetural
Link:http://alviniciussilva.blogspot.com.br/2015/10/o-montante-hipotetico-conjetural.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Perguntas&Respostas



 Aparições, OVNIS, Pinturas Renascentistas
 Áreas: Parapsicologia, Ufologia, Física e Neuropsíquica.
 Do ask.fm (http://ask.fm/Alvinicius


 Olá Álvaro. O que significa a aparição de ovnis em obras renascentista? São representações de entidades divinas?‎  Edvan Pontes

Caro Edvan Pontes, dividirei a resposta em duas etapas: 1] Sobre aparições: uma 'aparição' nem sempre representa aquilo que pensamos existir momentaneamente na realidade, pois pode ser algo que é "visto" tão somente sob certo modo de percepção, ou seja, configurado notavelmente pelo que instantaneamente percebemos. Diria que isso estaria intimamente relacionado aos seguintes aspectos (elementares): a) Ambiente (grau de iluminação, índice de refração e coeficiente de reflexão); b) Senso de realidade (maturação no exame factual e potencial de inferência indutiva); c) Repertório imaginativo (constelação simbólica). Entre esses três aspectos, destacaria o 'senso de realidade' como fator crucial para compreender a experiência psicológica nesses casos. Nos manuais de parapsicologia, o fenômeno da "pareidolia" -um tipo de apofenia-, por exemplo, é eminentemente psicológico. Você pode olhar para um conjunto de rabiscos e protuberâncias na superfície de alguma parede e acreditar piamente que ver uma sereia, uma dançarina, um palhaço, um coelho, um cavalo, um disco voador, um jumento ou algum objeto doméstico. Tudo isso por conta da estimulação visual e da maneira pela qual sua atividade cognoscitiva se inclina a construir determinadas imagens. Caso o estado de sua consciência esteja sob significativa variação emocional, algumas visões mais ou menos distorcidas ou pouco conexas espacialmente e temporalmente poderão ser formadas simplesmente em função da sua situação neurobiológica, ou quem sabe, talvez, em razão de algum tipo de infusão espiritualista. Nesse caso, pelo menos a explicação básica (fisicalista) se deve ao uso de nossa natural capacidade cerebral na antevisão de cenários que propiciem oportunidades ou riscos, por causa da identificação de padrões que são rapidamente relembrados num dado contexto.Trata-se das reações neuropsíquicas que se correlacionam com os nossos instintos. E isso se lastreia em esquemas que foram acomodados em nossa memória vivencial.Como você se refere às "estranhas figuras" que aparecem nas pinturas renascentistas, sabendo que tais obras não passam a ideia de que foram elaboradas ao sabor de qualquer circunstância, é preciso destacar outros pormenores. Então, veja a segunda parte da resposta. 2] Estranhos objetos (OVNIS) em pinturas: salienta-se que não são apenas algumas pinturas renascentistas que possuem objetos com alto grau de similaridade com os supostos discos voadores. Sabe-se que, além disso, os chamados discos voadores ganharam uma ampla difusão na ficção literária e até mesmo nos enredos carnavalescos, sem falar na aludida seriedade objetiva de alguns relatos ufológicos. No livro de Erich Von Daniken , "Eram os deuses astronautas?", fala-se na hipótese de que extraterrestres tenham sido divindades que até algumas passagens bíblicas do Antigo Testamento fazem referência. Na tradição esotérica do Antigo Egito, encontra-se sempre a noção da existência de outros mundos. Mas para detalhar isso precisaria escrever um livro.

Álvaro Vinícius de Souza Silva 
Publicado no blog Polymath Sirius_ASociety, na data 14/10/2015.

Alguns artigos do autor:

O inabitual como susto: de Feyerabend a Charles Richet
O inabitual como susto: o cético pantomima
O montante hipotético-conjetural



sábado, 10 de outubro de 2015